Aqui vai mais uma carta, uma das quais cairá em esquecimento como todas as outras, mais uma que se irá destruir no fogo que nos separa. Esta será uma daquelas fáceis de destruir, uma daquelas para a qual tu olhas mas não lês. Só mais uma carta escrita por mim. 

 O tempo vai passando e já não sei ao certo quanto tempo passou desde o nosso ultimo momento a dois, já não me lembro do quão fascinante é o toque dos teus lábios, mas sinto saudades deles. Lembro-me perfeitamente do teu perfume e do quão bem ele me fazia sentir, continuo a adorar os teus braço que me agarravam e puxavam para junto de ti, a tua forma de falar continua a cativar-me e o movimento que fazes com os lábios ao falar é o mais bonito que já alguma vez vi. 

 Tens tudo o que eu preciso, mas não me dás nem um pouco. Tens em ti todo o amor que preciso, mas não o partilhas comigo. Até parte do meu coração está em ti e sinto que jamais voltarei a recuperar essa parte que por ventura é a mais bonita de todas. Levaste muito de mim, talvez demasiado, mas eu não o quero de volta. 

 Tu foste a pessoa que mais gostei de conhecer. Foste a pessoa que mais sorrisos me deu. Se tudo o que vivemos começasse agora talvez não mudasse nada, talvez fizesse tudo como antes foi feito, mantinha as nossas brincadeiras, as nossas confidencias... tu sabes, faria tudo aquilo o que antes nos mantinha próximos da perfeição... Simplesmente voltaríamos a ser nós e isso bastava.

Não peço que gostes do que te escrevo, apenas que respeites, como sempre fizeste. 

Beijinhos, Tiz.