Chamem-me de tudo, menos de amor. 

Pois eu não sou como o amor, eu não sou dura, inconstante, fria, bruta. Também não sou doce e cega, não sou um mar de rosas e não consigo fazer as pessoas verem que o para sempre existe. De facto, sou uma pessoa terra-a-terra que não gosta de criar ilusões e magoar os outros. 

 Sou uma pessoa que, como todas as outras, gosta de ser amada, no entanto, tenho medo do amor, tenho medo das lágrimas e do desespero a que este nos pode levar. Tenho medo do significado de uma rosa e de um coração desenhado na areia, tenho medo de todos aqueles que se encontram do lado de lá a observar-me, medo de todos os que me elogiam. 

 Tenho medo do meu coração que um dia sei que voltará a disparar por alguém, alguém esse em quem eu não sei se poderei confiar, mas o amor é mesmo assim, uma aventura. Nunca sabemos como vai acabar ou até mesmo se um dia acaba e é isso que nos faz ter medo, não do futuro mas sim do outro alguém que nos dá a mão e embala, pois nunca conseguimos imaginar o dia em que essa mesma pessoa nos deixa e passamos a caminhar solitários pelas ruas desta cidade que agora se encontra vazia, escura e sombria.