A estação esta silenciosa, poucas são as almas que por aqui passam. O ambiente está calmo e apenas consigo ouvir o meu coração batendo de forma acelerada esperando ansiosamente que apareças. 

 Não tenho ideia de como será a minha reacção ao ver-te, mas de uma coisa eu tenho a certeza, aprendi a controlar os meus impulsos e agora sei que não vou correr para os teus braços que neste momento estão fechados para mim. 

 A vida e a distancia encarregaram-se de me ensinar a reagir face a uma negação. A vida tem sido dura comigo, fez-me chorar, suplicar desaparecer, agora aprendi que não são as lágrimas que me farão voltar ao passado e que o facto de desaparecer é apenas um acto de covardia e de uma pessoa fraca, pessoa que eu não sou. Não, eu não vou deitar tudo a perder, não vou deixar-me destruir de novo, pelo menos não agora que me encontrei no meio do tanto nada que existe dentro de mim. 

 Não, eu não vou desistir agora, aliás, é agora que eu mais preciso de lutar por mim. 

 Bem, vi-te entrar pela porta da estação e a minha primeira reacção foi desligar a musica pois queria ouvir concentrada as tuas primeiras palavras ao ver-me.