indescritível saudade

 

Cheira a rosas, há uma brisa fresca de verão no ar, brisa essa que me enche a alma e me deixa mais pura. Os raios de sol entram pela janela do quarto e eu dou por mim a divagar pelo infinito assim, desta forma tão perdida, mas é exactamente disso que é feito o infinito, de uma constante perda e reencontro. Vejo sonhos que pensei serem uma farsa a serem realizados, vejo perdas, mas ao mesmo tempo vejo vitórias que consomem a dor dessas mesmas. 

 O cheiro a maresia ataca o meu coração e oh, como ele se sente mais aliviado de cada vez que calco esta areia tão comum para todos vocês, esta areia fina onde brincamos e conversamos depois da na nossa primeira discussão. Piso agora a areia onde um dia te dei a conhecer a minha primeira lágrima de medo, medo de te perder. 

 Vou correndo pela praia pois sei que os passeios pela beira-mar nunca mais serão a mesma coisa e que se o fizer irei sentir um vazio no coração e um espaço entre os meus dedos. 

 A dor não é para sempre, eu sei que não, mas enquanto a minha memória fugir para ti e o meu coração acelerar  só porque te vi eu tenho que abafar as lágrimas com sorrisos e não deixar que o coração me salte pela boca.