Ultimamente tenho sido um cata-vento, um daqueles que cata qualquer mal ou impureza. Estou de tal maneira impura que já nem sei distinguir o bem do mal. Pode-se dizer que ando perdida, não como antes, desta vez ainda me consigo encontrar dentro de mim. Talvez com um esforço, confesso. 

 Penso que tudo o que faço é um erro, mas por vezes algo em mim faz com que eu queira fazer sempre as escolhas erradas para que de qualquer forma sinta dor ou arrependimento, talvez porque por vezes gosto de ter certezas daquilo que sinto. Por vezes gosto de variar um pouco e ter a consciência do que vai dentro de mim, como tal, não há nada melhor que a dor. Faço-o de forma psicológica e não física, pois a dor na minha perspectiva é vista sempre de forma psicológica, a forma que derrota os mais fracos. No fundo, tudo aquilo que sou. 

 Perdi-me e encontrei-me no obscuro da minha alma, no intimo dos sentimentos e agora lá volto eu para o meu mundo e para o dia a dia desconfortante. «Destrói-te, constrói-te»