Rei da noite*

Tu aí! Sim, tu!
Não percebes, não é?

Não consegues decifrar o olhar dela. Bem, o olhar dela é profundo, transmite calma quando te ve, porém, uma infinita dor por não te ter. Transmite desejo, um querer muito grande de não poder.

 E o sorriso que ela esboça assim que te ve!? Ela tenta não parecer uma parva, no entanto, sente-se uma quando sorri por te ver ou apenas por ouvir a tua voz. O sorriso que que ela esboça para ti não é o mesmo que esboça no dia a dia. Tornas o sorriso dela especial.

 Os cabelos dela, que tanto gostavas de engelhar com caricias sentem a tua falta. Sentem falta da forma wild em que os deixavas. As mãos sentem falta da tua pele, porque não há pele mais perfeita que a tua. Ela sente falta de adormecer encostada ao teu peito, ou até mesmo de ser embalada pelas batidas do teu coração. Os ataques de cocegas são algo que nunca mais voltaram a ser iguais. As mãos dela passaram a ser frias e sós.

 A vida dela tornou-se monotona a partir do momento em que saiste dela, o dia dela passou a ser um conjunto de horas saturantes que lhe cançavam a alma e a noite deixou de ser a noite. A lua deixou de ter o mesmo significado, já não se via entre as estrelas e tudo o que sentia durante o dia lamentava a noite.

Tu conhecias o jeito de sofrer dela, conhecias as fraquezas que ela teimava em fingir não ter. Conhecias o percurso das lágrimas na cara dela, o jeito como ela as limpava ou como ela as evitava.

 Mas também.O que nela antes não conhecias?

«Talvez fosse mesmo esse o problemas», pronuciei sem querer.