
Guardo em segredo as saudades que tenho tuas. Sempre guardei. Lembro-me todos os dias de ti, de tudo o que era nosso. Recordo a infância que passei contigo e todos os valores que me passaste. Sempre foste uma das pessoas mais importantes da minha vida e eu nunca me pronunciei sobre isso.
A ultima recordação que tenho dos meus sete anos de idade é de ver o meu pai entrar no colégio para me ir buscar, eu não parava de chorar. Estava a ter língua portuguesa e estávamos a ler um texto sobre um porquinho mealheiro, tu sabes o valor que ele tem para mim. É das poucas coisas físicas que me deixaste, isso e aquela caixinha de musica onde guardavas as tuas jóias.
Desculpa os anos que não fui capaz de te escrever, desculpa o facto de nunca te ter ido ver depois da tua longa vida na terra, que para todos nós foi curta. Ainda espero resposta por todas as vezes que tentei falar contigo durante a noite e não obtive mais que um profundo silêncio. As vezes tenho vontade de te contar o quanto a mãe é parecida contigo e a vontade que eu tenho de a abraçar por isso.
A tv que deixaste ficar com o meu irmão quando ele era miúdo ainda está cá em casa e ninguém a tira da sala, por vezes ainda te imagino sentada naquele sofá enquanto eu te faço aquele penteado a bruxa.
Deste-me a melhor infância do mundo, sempre foste a melhor do mundo e eu vejo-te todos os dias nos olhos da minha mãe.
Dava tudo para que me tivesses visto crescer, trocava-te por tudo o que tenho e amava-te mais que qualquer pessoa. Tu sabes.
Finalmente ganhei coragem para te escrever algo que sempre quis dizer e nunca fui capaz, obrigada.
obrigadaaaaaaaa Tiz <3
ResponderEliminargostei muito do que li, parabéns! *
ResponderEliminaré preciso ter coragem para escrever depois da morte de quem amamos, passe o tempo que passar. És corajosa, e eu gosto muito de te ver animada :)
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