Dream.

 Tantas vezes senti o vento levar o meu cabelo, tantas vezes senti o sonho roubar-me a alma.
 Quantas vezes perdi forças e caí, quantas vezes me desiludi, quantas vezes fugi das lágrimas que me seguiam ao ignorar a dor que persistia, quantas vezes senti o perigo rodear-me, quantas vezes gritei ''eu sou capaz'' e fui mesmo, quantas vezes fui eu e só eu?

 Quantas vezes passei horas de sofrimento, de dor, de suor, de quedas e repetição para ter 10 e apenas 10 minutos de sucesso, 10 minutos que fazem de mim a pessoa mais feliz do mundo por poder dizer que tenho uma estranha forma de viver, por poder olhar para as fotos e ver-me de forma contorcida a sorrir sem saber onde realmente andam os meus membros inferiores e superiores! 

 Ainda me lembro das vezes que repeti a palavras coragem, das tantas vezes que disse eu quero tentar sozinha, eu consigo e consegui mesmo. E o tempo gasto em ''simples movimentos''?

 Sinceramente não me interessa quantos ou quantas me acham estranha, não interessam aqueles que não me percebem, pois eu acho-me bastante simples e já não tenho outra forma de viver se não esta idiota rotina de sofrimento com sorrisos pelo meio, só eu percebo o porquê de tantas horas de trabalho e tantas dores, só eu percebo o quanto é bom sentir-me em perigo, o quanto é bom sentir o meu coração bater mais rápido não apenas por uma pessoa que pode desiludir e magoar a qualquer momento mas sim por algo que jamais me deixará para trás, por algo que me faça vibrar seja o momento qual for, seja porque razão for eu sei que enquanto estou sozinha eu estou bem. 

E as vezes em que voei, cai e nunca desisti?
Elas estão presentes na minha memória e felizmente no meu dia-a-dia.